Pr. Delson Silva: O que significa Escatologia

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quinta-feira, 18 de agosto de 2022

O que significa Escatologia

 O termo escatologia é formado por duas palavras gregas: εσχατος (eschatos = último, fim, últimas coisas) e λογος (logos =estudo, palavra, discussão, instrução, ensino, assunto, tema). Portanto escatologia é o estudo do fim ou o estudo das últimas coisas, ou ainda o estudo dos últimos dias. Escatologia significa “Doutrina das Últimas Coisas” e, portanto, tem como escopo o estudo das profecias concernentes ao fim desta era e a volta de Cristo.

Escatologia é o estudo das coisas ocultas, daquilo que está por detrás das cortinas.
Escatologia é o estudo do fim das coisas, tanto o fim de uma vida individual, ao final da época, ou o fim do mundo, nos aspectos dos ensinamentos cristãos. O estudo da Escatologia bíblica traz ao coração dos salvos a esperança de um dia estarem para sempre com o Senhor Jesus Cristo.

Para os salvos em Jesus Cristo este é um tema que traz esperança, pois não há nada melhor do que ter a certeza de que o Salvador voltará e que viveremos junto com Ele por toda a eternidade. No entanto, para os descrentes, a segunda vinda de Jesus não oferece motivos para regozijo. As previsões bíblicas para o futuro dos ímpios são aterradoras: “Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus” (Sl 9.17). Porém, ainda é tempo para o arrependimento e a conversão. Por isso, a Igreja do Senhor tem a responsabilidade de anunciar Jesus, cumprindo a Grande Comissão (Mt 28.19,20). Os assuntos que fazem parte do estudo da Escatologia são: Estado Intermediário, Arrebatamento da Igreja, Grande Tribulação, Milênio, Julgamento Final e o Estado Perfeito Eterno.
Várias passagens das Escrituras empregam a palavra eschatos juntamente com (heméra = dia). Assim temos (eschatê heméra = último dia), usado em Jo.6:39 e 7:37.

A primeira ocorrência se refere ao último dia da ressurreição, um dia escatológico, enquanto que a segunda apenas faz alusão ao último dia da festa de casamento. Temos escatai hmerai (eschatais hemerais = últimos dias) em At.2:17; II Tm.3:1; Tg.5:3; e εσχατου των ημερων (eschatou tôn hemerôn = últimos dias) em Hb.1:2. Todas estas passagens aludem ao período de tempo entre a 1ª e a 2ª vindas de Jesus. Os últimos dias iniciaram-se com a 1ª vinda de Jesus que veio na “plenitude do tempo”(Gl.4:4), pois o tempo anterior da dispensação da lei já estava cumprido (Mc.1:15; Lc.16:16). Estamos vivendo os últimos dias. Esse período de tempo que a Bíblia chama de últimos dias recebe ainda outras designações, tais como: “tempo aceitável… dia da salvação”(Is.49:8) ou “ano aceitável do Senhor”(Is.61:2a); “dispensação da plenitude dos tempos”(Ef.1:10) ou “dispensação da graça”(Ef.3:2)1 ou “dispensação do mistério”(Ef.3:9); “tempo da oportunidade”, “tempo sobremodo oportuno”, “dia da salvação”(IICo.6:2), “tempos oportunos” (IITm.2:6), “tempos devidos” (Tt.1:3); “hoje” (Hb.3:7,15;4:7,8); “fins dos séculos” (ICo.10:11); “última hora”(IJo.2:18).

Durante este período a Igreja tem a incumbência de proclamar o evangelho antes que venha o “grande e terrível dia do Senhor”(Ml.4:5), que porá fim aos últimos dias, para inaugurar o “dia da vingança do nosso Deus”(Is.61:2b).
A Bíblia é categórica em afirmar a existência de três dias (considerados como períodos) nos quais se deve fazer distinção quanto ao programa de Deus para cada um deles. O dia do homem é o dia da salvação, dia de oportunidade. O dia do Senhor e o dia de Cristo é dia do arrebatamento da Igreja e de tribulação para Israel, e de castigo para os gentios (conforme o pré-milenismo). O dia de Deus é o dia quando “os céus incendiados serão desfeitos e os elementos abrasados se derreterão”(IIPe.3:12). Inicia-se no dia do juízo final, e talvez (conforme o amilenismo ou pós-milenismo), o dia do fim (ICo.15:24), quando “Deus será tudo em todos”(ICo.15:28).

O estudo da escatologia deve levar o crente a proclamar o dia do homem (a salvação), o dia do Senhor (a volta de Cristo) e o dia de Deus (após o juízo).Veja Jo.16:8; Hb.6:2. Se quisermos conhecer as profecias apenas para satisfazer nossa curiosidade, então estaremos nos aplicando ao estudo das Escrituras de uma forma que não agrada a Deus. Deve ser nosso objetivo discernir os tempos para que nossos espíritos se entreguem a mais nobre tarefa da qual fomos incumbidos: o anúncio da morte do Senhor, sua ressurreição e seu retorno a esta terra: “anunciais a morte do Senhor até que Ele venha”(ICo.11;26).
Estudando escatologia, veremos que muitas profecias se cumpriram, demonstração clara e evidente de que as demais profecias hão de se cumprir, e portanto devemos proclamá-las com ardente fervor. Ouçamos, pois, a advertência do apóstolo: “E digo isto a vós outros que conheceis o tempo, que já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto do que quando no princípio cremos.

Vai alta à noite e vem chegando o dia…”(Rm.13:11,12). Anunciemos o evangelho enquanto é dia (Jo.9:4), antes que venha o “dia de escuridade e densas trevas”(Jl.2:2).
Além deste, podemos citar vários outros motivos porque devemos estudar profecias:

1) Sua importância nas Escrituras é estabelecida pelo fato de que 25% da Bíblia é composta de profecias. Convém mencionar que todas elas, com uma única exceção, são literais.
2) Há a promessa da iluminação do Espírito Santo no estudo das profecias (Jo.16:13).
3) A profecia serve de consolo para os crentes (IITs.1:4-10; Hb.10:32-39).
4) As profecias causam influência nos descrentes (Is.44:28; IICr.36:22,23; Ed.1:1,2).
5) Devemos estudar as profecias para combater as falsas interpretações dada pelas seitas.
6) As profecias nos dão claras orientações para os últimos dias.
7) As profecias nos incitam à uma vida de pureza (I Jo.3:1-3).
8) Oferece equilíbrio doutrinário na vida do estudante de profecias.
É essencial lembrar que o estudo da escatologia não nos levará a desvendar todos os mistérios, épocas e tempos estabelecidos por Deus. Deus nos dará compreensão apenas às coisas que nos foram reveladas (Dt.29:29), mas as coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, e não nos “compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou para sua exclusiva autoridade”(At.1:7).

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